Foi a morte do pequeno Miguel de apenas 5 anos de idade, que caiu do nono andar de um condomínio de luxo no Recife, que arrancou lágrimas de milhões de brasileiros e do mundo inteiro, e que acompanharam a pergunta de sua mãe, desesperada, ao dar entrevista nas redes de televisão do Brasil: “Por que? Por que ela deixou meu filho sozinho no elevador?”.

O Jornal Nacional do dia 2 de janeiro de 2017 também noticiou que dois irmãos gêmeos de apenas dois anos de idade tentaram escalar uma cômoda, quando a mesma virou e um deles ficou preso ao móvel, foi salvo pelo irmão, que virou o móvel e o pequeno saiu, mas se tivesse sozinho, poderia ter sido uma tragédia.

Crianças sozinhas são um dos maiores grupos de vulnerabilidade à acidentes domésticos. “A maior parte das crianças com idade inferior a cinco anos tem pouco senso de perigo…”, a informação é do site www.cpt.com.br.com.

Situações gravíssimas como essas, fatais, tem acontecido, crianças que caem de prédios, que morrem com descargas elétricas, que sofrem traumatismos cranianos ao caírem de escadas, todavia além das crianças que estão nesse rol, são frequentes as notícias de adultos que morrem ao limparem geladeiras, fogões ligados na energia ou ao retirarem roupas da máquina de lavar ainda conectada na tomada.

Por isso faz-se necessário que as famílias conheçam as regras de biossegurança para os ambientes domésticos.

A Fundação Osvaldo Cruz, no site https://portal.fiocruz.br define que a biossegurança é uma área de conhecimento definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como: “condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente”.

Mas como aplicar essa normas e definições que fazem mais alusão aos ambientes de trabalho e pesquisa do que aos ambientes domésticos, aos ambientes dos lares e do cotidiano das pessoas, já que não há ainda uma ciência específica que estude o expediente das ocorrências de acidentes domésticos de maneira mais científica e mais pontual?

Entendo que a Biossegurança, de acordo com a Fiocruz trata dos ambientes, portanto percebo que novas políticas estão surgindo também nesse sentido, de proteger os ambientes domésticos e normatização além da legislação de práxis, que tem citado muito Normas Regulamentadoras para ambientes de trabalho, um desses importantes avanços foi a Cartilha publicada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos publicou o guia de prevenção a acidentes domésticos e primeiros socorros, que pode ser encontrado no site https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020-2/abril/ministerio-publica-guia-de-prevencao-a-acidentes-domesticos-e-primeiros-socorros, para orientar as famílias quanto à não permanência das crianças próximos a carros nas garagens de casa, locais adequados para guardar o álcool, cujo consumo aumentou durante a pandemia do coronavírus e outras informações de altíssima relevância para as famílias; embora o guia tenha tido destaque por causa da pandemia, o mesmo pode ser aplicado todo tempo e a cartilha encontra-se no link https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020-2/abril/ministerio-publica-guia-de-prevencao-a-acidentes-domesticos-e-primeiros-socorros/SNDCA_PREVENCAO_ACIDENTES_A402.pdf.

Confira regras importantes para a segurança das crianças, publicadas, de acordo com www.cpt.com.br.com:

Travas de segurança mantêm o conteúdo de armários e gavetas fora do alcance das crianças;

– Portinholas impedem que as crianças entrem em áreas perigosas ou caiam de escadas;

– Protetores de maçaneta e fechos impedem que elas entrem sozinhas nos quartos;

– Molas e contentores nas portas e travas de chão protegem os dedos e as mãos das crianças;

– Telas de proteção impedem a queda de janelas, balcões, deques e plataformas;

– Plugues de plástico e tomadas com tampa impedem choques elétricos.

Ao considerar a segurança da criança, tenha esses dois pontos em mente:

1. A criança é naturalmente curiosa e ativa. Mas o senso de perigo e equilíbrio não se desenvolvem até que ela amadureça e tenha experiência;

2. A casa é cheia de perigos para a criança. Você não pode impedi-la de ser curiosa e ativa, mas pode criar um ambiente seguro e livre do perigo.

As principais causas de acidentes com crianças são:

– Intoxicação/envenenamento;

– Quedas, cortes, mordidas de animais;

– Sufocação e estrangulamento;

– Afogamento;

– Incêndio, queimadura e choque elétrico.

Na cozinha

Fique atenta para que a criança se mantenha longe de forno quente, chamas, fósforo, aparelhos ligados, fios elétricos, cabos de panela em uso, facas e objetos pontiagudos. Seque a água e o óleo logo que sejam derramados. Mantenha os cabos das panelas voltados para o centro do fogão para assim serem inacessíveis à criança. Deixe os fósforos em lugares altos. Líquidos e comidas quentes devem estar no canto da pia ou em lugar alto, nunca os deixe na beirada de mesa, pias e fogões.

Materiais de limpeza

Mantenha-os longe da criança. Nunca os coloque em garrafas de refrigerante, potes de margarina, geleia e outros recipientes de alimentos. Não os deixe fora do lugar “só por um minuto”, pois esse rápido tempo pode bastar para a criança sofrer um acidente.

Tomadas

Mantenha a criança longe delas ou cobertas e protegidas para evitar choques. Nunca deixe o ferro quente ao alcance da criança e desligado com a tomada ligada.

Banheiro

Cuidado com o armarinho que contém remédios, giletes, cosméticos, entre outros, deixe-o fechado e esses materiais longe do alcance da criança. Segure firmemente a criança ao banhá-la e vesti-la. Não permita à criança colocar sabão na boca e nunca deixe a criança pequena sozinha na banheira, mesmo por um minuto. Ela pode se afogar em menos de 15 cm de água.

Trânsito

Somente atravesse a rua nas esquinas, na faixa de segurança, olhando para os dois lados. Não atravesse a rua atrás de carros estacionados. Não brinque de correr ou “esconde-esconde” nem aposte corrida com a criança na rua. Ao atravessar a rua, segure a criança pela mão e ensine-a como se conduzir. Ela deve descer do passeio somente quando o carro terminar de passar.

Remédios

Os medicamentos, por vezes, apresentam-se em pastilhas coloridas e os produtos de limpeza, por motivos comerciais, costumam apresentar-se em envases de cores atrativas e vistosas. Por isso mesmo, é natural que sejam um motivo de atração para a criança e que esta deseje prová- los. Para impedir que isso possa acontecer, deveremos guardá-los em sítios altos e fechados com chave, ou com fechos de segurança. Não jogue fora remédios e pílulas na horta ou soltos no lixo. A criança pode achá-los. Despeje o líquido no tanque e enrole os comprimidos em um papel antes de jogá-los no lixo.

Além disso, as crianças devem sempre estar acompanhadas de adulto.

Os adultos também precisam estar atentos às regras de segurança, desligar os eletrodomésticos quando forem limpá-los, é um dos cuidados a serem tomados, entretanto são variadas as regras de segurança para evitar acidentes domésticos, com essa preocupação o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos publicou o guia de prevenção a acidentes domésticos e primeiros socorros, já citada no início desta matéria.