Sem dúvidas todos os críticos, pesquisadores e analistas na área econômica, social e trabalhista concordam com um ponto em comum: a divisão do trabalho teve um agravamento e terá mudanças bruscas após a pandemia do coronavírus.

Uma das mudanças diz respeito à legislação trabalhista, ao menor controle do estado sobre as relações de trabalho e à maior flexibilização das relações de trabalho.

Nestes tempos tão sombrios, o mundo surpreendido por um inimigo biológico invisível, desconhecido, que trouxe devastadores à saúde humana, pode presenciar a fragilidade do trabalho informal, as incertezas advindas pela ausência do estado de bem estar social, pelo menos mínimo.

Se por um lado, foram aprovadas leis que permitiram a redução dos salários acompanhados da redução de jornadas, de demissões, suspensão de contratos foram permitidos fragilizando mais ainda as relações de trabalho, como a Medida Provisória 936 no Brasil; por outro lado os trabalhadores do setor informal receberam auxílio de R$ 600,00(seiscentos reais) durante a pandemia, e a solidariedade também cresceu, todavia tudo longe de proporcionar as políticas públicas necessárias para o real enfrentamento da pobreza.

O trabalho remoto, o isolamento social, o fortalecimento da sociedade de massas, o conformismo, o distanciamento e redução dos debates, são velhas pautas, com uma nova roupagem, sustentadas por um arcabouço de novos significados, ilusionismo com o fetichismo da indústrias que justificam e naturalizam esse momento novo e diferente na sociedade do trabalho, que já estava em crise, mas agora mais desemprego, mais vulnerabilidade terminaram aprofundando mais a crise da sociedade do trabalho.