De acordo com o cientista político Danielli Caramani a política deve ser tratada como ela realmente é, e não como deveria ser.

Thomas Hobbes e Maquiável em suas obras O Leviatã e o Príncipe, respectivamente foram precursores da política realista, seguidos por Edward Carr, Hans Morghentau, David Aron e outros teóricos que teorizaram a política enquanto disputa pelo poder, conflito, e distanciaram a idéia do homem enquanto animal político, idealizado por Aristóteles.

Portanto a política é constituída por decisões humanas direcionadas para um determinado povo, em um determinado território, que precisam ser avalizadas por ele.

Nesse sentido Bolsonaro ao que tudo indica tem feito uma polítca de cunho realista, como por exemplo distanciando-se do louvor à Instituições Internacionais como a Organização Mundial de Saúde-OMS, também uma política que vangloria a Força Militar, dentre outras características.

Embora tenha recebido muitas críticas, e nos últimos dias Bolsonaro tenha enveredado por uma crise muito forte com os demais poderes da República, diga-se judiciário e legislativo, pelas razões que a imprensa nacional e internacional tem noticiado bastante, como ataques verbais ao Supremo Tribunal Federal, o episódio das Fake News, intitulado por muitos de Gabinete do Ódio e outras situações, um impeachment nesse momento é pouco provável.

O Brasil segue dividido, como já vem desde o processo eleitoral de 2018, mas em meio à pandemia do coronavírus os demais poderes estão receosos de aprofundar mais ainda a situação sanitária em que o país se encontra, preocupação que seus representantes tem externado em entrevistas televisivas.

De acordo com publicação do site MoneyTimes do dia 30 de maio de 2020 no levantamento feito pelo Data Folha entre os dias 25 e 26 de maio, se o Congresso deveria abrir ou não processo de impeachment contra Bolsonaro, 50% dos entrevistados disseram que não, enquanto 46% responderam que sim, uma diferença que fica no limite do chamado empate estatístico. Em 27 de abril eram, respectivamente 48% e 45%.

Já em relação à renúncia, 50% disseram que o presidente não deveria renunciar, enquanto 48% se mostraram favoráveis à renúncia. No final de abril eram respectivamente 50% e 46%.

Conforme publicação da revista Veja do dia 15 de maio de 2020, o impeachment de Bolsonaro, na visão de seis cientistas políticos entrevistados pela mesma, ainda não é uma realidade, embora elementos estejam presentes e possam resultar no impedimento, em um momento futuro.

Alguns fatores tem dado sustentação ao presidente Bolsonaro, entre eles, o apoio de militares, a resiliência de seus apoiadores, a popularidade do presidente não distanciou-se da situação em o mesmo elegeu-se. Como Caramani afirmou, as ações políticas precisam ser avalizadas, assim Bolsonaro tem preservado seu público original, por meio do seu discurso conservador.

A Pressão sobre Bolsonaro intensificou-se na última semana, a crise com o judiciário, com a imprensa, com o parlamento, com os governadores podem trazer novos capítulos, que podem ou não resultar num impedimento, tudo vai depender do desfecho das investigações em andamento no judiciário, da reação do Congresso e como o povo vai avaliar esses novos capítulos, mas nesse momento o impedimento do presidente do Brasil Bolsonaro, segue sem definição.