A corrida em defesa da vida não pára dentro dos hospitais e unidades de saúde do Maranhão, essa importância e atuação dos profissionais de saúde teve uma visibilidade sem precedentes durante a pandemia do novo coronavíris.

Todavia, a prefeitura de São Luís na gestão do prefeito Edvaldo Holanda congelou o salário dos profissionais durante 8 anos de seu mandato, ficou entre os gestores que não atendeu requisitos mínimos do Ministério Público do Trabalho, a exemplo do pagamento da gratificação de 40% para todos os profissionais que atendessem em unidades de atendimento da COVID19, não ofereceu Equipamentos de Proteção Individual básicos, transformou unidades de Saúde da Família em atendimento de referência da COVID19, obstruindo o atendimento nessas unidades de hipertensos, diabéticos, gestantes e crianças, que tinham que se deslocar para bairros distantes em pleno Lockdown, o que deixou os profissionais preocupados com a população e terminou em denúncia formulada no Ministério Público Estadual que ainda está em andamento.

O resultado não poderia ser outro mediante a falta, por parte dos gestores públicos, de uma política trabalhista comprometida com a saúde dos profissionais que cuidam da saúde da população, no Maranhão já são 4.290 casos confirmados de COVID19 e 75 óbitos entre os profissionais de saúde, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde do dia 5 de fevereiro de 2020.

Além disso, no Maranhão, nos últimos anos a violência contra os profissionais de saúde nas Unidades de Saúde foi um forte debate entre a categoria assim como nas entidades representativas. A violência deve-se a diversos fatores, um deles é a insatisfação de alguns usuários com o sistema de saúde, que terminam agredindo profissionais durante o atendimento, um outro fator é a falta de segurança nas unidades de saúde, fruto da omissão de muitos gestores em relação a tomada de providências para políticas públicas de trabalho decentes e justas, em um Centro de Saúde chegou a ocorrer até mesmo um estupro de uma profissional de enfermagem por um médico da Unidade.

No ano de 2021 o chefe do executivo municipal ludovicence mudou, agora o posto é ocupado pelo prefeito Eduardo Braide, que iniciou o mês de janeiro, inicialmente, causando a ruptura do modelo adotado pelo prefeito Edvaldo Holanda Júnior em relação às políticas trabalhistas, nesse primeiro momento da gestão o secretário de saúde Joel Nunes já visitou o Conselho Regional de Enfermagem, iniciou a campanha de vacinação dos profissionais de saúde organizada com inclusão e participação, a gestão já dialoga com Entidades Representativas dos profissionais de saúde e o secretário de saúde já anunciou realização de concurso e seletivo para a atenção básica, assim como a ampliação das equipes saúde da família, atualmente com um défit de cerca de 70%, a ampliação do número de equipes contribuirá para retirar a sobrecarga sobre as demais equipes e prevenir a sobrecarga de atendimento no hospital. Desse modo, espera-se que a nova gestão municipal de São Luís construa uma nova política com a participação e com políticas mais justas e humanas para os trabalhadores de saúde.

Por Ana Léa Coelho- Enfermeira do Trabalho, Acadêmica de Ciência Política, Pós graduada em Gestão em Saúde pela Universidade Federal do Maranhão, em Educação em Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública e em Saúde da Família. pela Faculdade Fama.